4 de dez. de 2007

O lixo e a reciclagem

Na minha conta de água pago mais em taxa de lixo que em água. Isso significa que estou pagando pela coleta e tratamento do lixo. O que não quer dizer que tenho o direito de não separar o lixo. Acho que é um dever cívico separar o lixo para ser reciclado. Creio que o lixo separado por nós depois é vendido a empresas que têm o lixo reciclado como matéria para seus produtos. Suponho que mesmo com a venda o custo para separar o lixo deva ser muito alto. Imagino a variedade de resíduos que geramos. Precisarão separar o que foi juntado à força na fabricação dos produtos e posteriormente necessitam dar uma finalidade a tal matéria.

Ao separar o lixo temos mais consciência do que consumimos, dos resíduos que geramos e do que jogamos fora.

Quando cheguei à Espanha, vi a possibilidade de separar o lixo e estava muito animada. Defino possibilidade de separar o lixo, em primeiro lugar como a possibilidade de levar o lixo separado aos pontos de coleta com certa constância, ou seja, que o contêiner de lixo esteja perto de casa. Em segundo lugar, a percepção de que as pessoas não andam jogando coisas diversas nesses recipientes (isso ocorre com freqüência, mas é uma minoria que faz isso), ou seja, há um relativo respeito à separação dos resíduos. Por último, o que foi separado precisa ser recolhido pelo caminhão específico que leve esse resíduo para um local adequado de tratamento e que não o jogue em um terreno baldio ou misture tudo de novo com outros resíduos (já ouvi esse tipo de história no Brasil. Digo ouvi, porque eu não reciclava o lixo na época e não sei como é a situação atual. Talvez você possa me contar).

Mas a questão é que apesar da possibilidade de reciclar, com o tempo percebi diversos problemas que continuo tendo. Primeiro era o espaço na minha minicozinha para 4 latas de lixo ou mesmo para 4 sacolas (para separar vidro, plástico e metal, papel e "outros"). Não dá. Sem contar o desconhecimento, porque há produtos que realmente não sabemos como separar. Sobram dúvidas do tipo:

  • "E no final das contas, aquelas sobras de carne vão junto com as cascas de batatas?" (ugh!) - não vejo recipientes para lixo orgânico e tampouco tenho a possibilidade de ter uma caixa de compostagem em casa.
  • "Como eu jogo fora as fezes dos animais de estimação?".
  • "Para onde vão os papéis de fax, adesivos?"

E depois as dificuldades de levar os resíduos aos seus respectivos pontos autorizados. Dizem que o óleo de cozinha precisa ser separado e não jogado pelo ralo. Mas então, onde está o ponto de coleta deste resíduo? Por aqui não achei até hoje e se eu tiver que percorrer quilômetros sei que não vou fazer. Dizem que os aparelhos eletrônicos, computadores e periféricos velhos precisam ser levados aos "pontos limpos". Mas não é que eu descobri que o ponto limpo mais próximo não está na cidade?

Mas nem tudo é reclamar. Os resíduos básicos (papel, vidro e plástico) posso separar. As pilhas usadas posso deixar em caixas especiais na entrada dos supermercados, os remédios vencidos posso levar à farmácia. Os toneres e cartuchos de impressora vão para as papelarias. Móveis e colchões podem ser recolhidos pela prefeitura gratuitamente ou doados a instituições que vêm recolher os objetos não mais usados. Em Madrid vi conteineres específicos para deixar roupas e sapatos usados. E assim tudo é sim trabalhoso, cheio de mil detalhes e dúvidas, mas quando a gente compra não imagina logo como a gente vai se livrar dessas coisas, não é mesmo? Algumas dúvidas serão solucionadas outras mais virão. Reciclando dá para perceber mil detalhes dos produtos. É uma aprendizagem contínua.

Para saber mais:

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