20 de dez. de 2007

Nos vemos em 2008!

Já vou deixando o que acho que será meu último post deste ano por aqui. Não direi nada profundo nem digno de recordar. Só frases soltas.

Não vou fazer nenhuma retrospectiva, nem quero dizer nada super amável só porque o Natal está chegando (uma data que particularmente não é das minhas preferidas, mas também não sou uma anti-natalina). Espero apenas que possamos passar estas datas sem sobressaltos e que seja agradável para todos.

Desejo a todos boas festas e uma boa virada de ano. Sem engasgar com as 12 uvas.

Estarei em Madri para o Natal mas voltarei correndo, porque logo depois tenho que trabalhar. Acompanharei o sorteio da "Loteria de Navidad", no dia 22. Não vou chegar ao ponto de ficar horas vendo os garotos sorteando ao vivo na tv, mas terei que comprovar os números, porque como eu já havia dito antes, essa coisa de Loteria de Navidad é como uma rede, uma coisa coletiva e como intercambiamos números é bom ficarmos atentos. Tudo bem, sou pão-dura mesmo. Mas cá entre nós, gastamos 100 euros nisso. 100 euros é muitíssimo para gastar com loteria!! Dizem que a média gasta nessa loteria por família na Espanha é de 140 euros!! E claro, só vou me arrepender de ter resmungado se a gente ganhar o "gordo" ;-)

Minhas passagens por Madri são geralmente muito rápidas, para visitas familiares. Não dá tempo para fazer as coisas que eu deveria fazer, como ir ao Consulado-Geral por exemplo (também porque sempre que vou a Madri é feriado).

O Natal e o Ano Novo têm passado nos últimos anos quase sem eu perceber. Quem sabe da próxima vez eu possa planejar melhor o que fazer nesta época. Agora mesmo tento colocar algumas coisas em ordem, tento dar vida a alguns planos. E como o tempo voa!

Enfim, felices fiestas a todos.

Cuéntame cómo pasó



Cuéntame
cómo pasó é uma série de televisão emitida pela TVE que trata da vivencia de uma família de classe média, os Alcántara, durante os últimos anos do franquismo e o começo da transição para um Estado Social Democrático de Direito, sendo que ao mesmo tempo é uma crônica sócio-política da época (definição emprestada da Wikipedia ).

É uma série excelente, para quem quer aprender espanhol, ver cenas reais da época integradas na ficção, música, vestuário, movimentos políticos, etc.

Na semana passada emitiram um dos capítulos mais esperados da série. Era o capítulo no qual os Alcántara vivem o momento histórico da morte do general Franco. O capítulo terminou precisamente com a morte de Franco, de forma que no próximo capítulo (hoje, creio...se não começam outra vez com as reprises) veremos mais detalhes do que acontece com a família Alcántara nesse período de incertezas e de esperança.

De acordo com este capítulo houve um boato na época de que quando Franco morresse, na TVE emitiriam como "senha" um documentário sobre pinguins antes de passar a veicular a notícia oficial da sua morte. Na série, os personagens ficam na expectativa de ver na tv os tais pinguins. E de forma surrealista, o boato se torna realidade. Parece que de fato, na época houve rumores de sinais e senhas para saber da morte de Franco em primeira mão, mas de momento não há evidências de que o boato tenha se tornado realidade. Na internet há várias discussões sobre o assunto.

Há uma versão portuguesa desta série, que se chama Conta-me como foi. Passa na RTP e ainda não tive a oportunidade de ver.

Para saber mais:

4 de dez. de 2007

O lixo e a reciclagem

Na minha conta de água pago mais em taxa de lixo que em água. Isso significa que estou pagando pela coleta e tratamento do lixo. O que não quer dizer que tenho o direito de não separar o lixo. Acho que é um dever cívico separar o lixo para ser reciclado. Creio que o lixo separado por nós depois é vendido a empresas que têm o lixo reciclado como matéria para seus produtos. Suponho que mesmo com a venda o custo para separar o lixo deva ser muito alto. Imagino a variedade de resíduos que geramos. Precisarão separar o que foi juntado à força na fabricação dos produtos e posteriormente necessitam dar uma finalidade a tal matéria.

Ao separar o lixo temos mais consciência do que consumimos, dos resíduos que geramos e do que jogamos fora.

Quando cheguei à Espanha, vi a possibilidade de separar o lixo e estava muito animada. Defino possibilidade de separar o lixo, em primeiro lugar como a possibilidade de levar o lixo separado aos pontos de coleta com certa constância, ou seja, que o contêiner de lixo esteja perto de casa. Em segundo lugar, a percepção de que as pessoas não andam jogando coisas diversas nesses recipientes (isso ocorre com freqüência, mas é uma minoria que faz isso), ou seja, há um relativo respeito à separação dos resíduos. Por último, o que foi separado precisa ser recolhido pelo caminhão específico que leve esse resíduo para um local adequado de tratamento e que não o jogue em um terreno baldio ou misture tudo de novo com outros resíduos (já ouvi esse tipo de história no Brasil. Digo ouvi, porque eu não reciclava o lixo na época e não sei como é a situação atual. Talvez você possa me contar).

Mas a questão é que apesar da possibilidade de reciclar, com o tempo percebi diversos problemas que continuo tendo. Primeiro era o espaço na minha minicozinha para 4 latas de lixo ou mesmo para 4 sacolas (para separar vidro, plástico e metal, papel e "outros"). Não dá. Sem contar o desconhecimento, porque há produtos que realmente não sabemos como separar. Sobram dúvidas do tipo:

  • "E no final das contas, aquelas sobras de carne vão junto com as cascas de batatas?" (ugh!) - não vejo recipientes para lixo orgânico e tampouco tenho a possibilidade de ter uma caixa de compostagem em casa.
  • "Como eu jogo fora as fezes dos animais de estimação?".
  • "Para onde vão os papéis de fax, adesivos?"

E depois as dificuldades de levar os resíduos aos seus respectivos pontos autorizados. Dizem que o óleo de cozinha precisa ser separado e não jogado pelo ralo. Mas então, onde está o ponto de coleta deste resíduo? Por aqui não achei até hoje e se eu tiver que percorrer quilômetros sei que não vou fazer. Dizem que os aparelhos eletrônicos, computadores e periféricos velhos precisam ser levados aos "pontos limpos". Mas não é que eu descobri que o ponto limpo mais próximo não está na cidade?

Mas nem tudo é reclamar. Os resíduos básicos (papel, vidro e plástico) posso separar. As pilhas usadas posso deixar em caixas especiais na entrada dos supermercados, os remédios vencidos posso levar à farmácia. Os toneres e cartuchos de impressora vão para as papelarias. Móveis e colchões podem ser recolhidos pela prefeitura gratuitamente ou doados a instituições que vêm recolher os objetos não mais usados. Em Madrid vi conteineres específicos para deixar roupas e sapatos usados. E assim tudo é sim trabalhoso, cheio de mil detalhes e dúvidas, mas quando a gente compra não imagina logo como a gente vai se livrar dessas coisas, não é mesmo? Algumas dúvidas serão solucionadas outras mais virão. Reciclando dá para perceber mil detalhes dos produtos. É uma aprendizagem contínua.

Para saber mais:

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