5 de mai. de 2007

A língua materna

Encontro muitos brasileiros que estão na Espanha há apenas alguns anos e já falam o português com certo sotaque espanhol e muitas vezes uma mistura, um portunhol que só faz sentido entre os que estão por aqui.

Quando percebi isso, logo pensei que o mesmo ocorreria comigo e que a única forma de evitar o portunhol era ler e escrever diariamente em português. Mesmo assim nada pode evitar o esquecer palavras, o não pensar mais em português.

Ligo para o Brasil para falar com a família e já me dizem que falo estranho.

A língua materna é mais que simplesmente a nossa primeira língua, pelo menos é o que penso. É a língua do coração e com a qual a pessoa cresce, convive, expressa-se e pensa.

Falo e escrevo em outros idiomas, mas não pensarei nem sentirei da mesma maneira que em português e nem com a mínima correção necessária.

Assim que esquecer palavras, ter que pensar para pronunciar, sentir-se estrangeiro ao falar sua própria língua é de certa forma doloroso. Uma pequena dor silenciosa. Falar o espanhol como estrangeiro e falar também o português como estrangeiro é um pequeno ponto escuro sem explicação.

Mas como dizem que há males que vêm para o bem, apesar de esquecer o português ganhei muito no espanhol.

Agora aprecio muito o idioma espanhol e cada dia um pouco mais. Há uma riqueza de expressões muito grande. E me preparo para prestar o exame do DELE de nível superior (do jeito que sou nervosa, nunca acho que estou preparada).

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